Com o dólar cotado a R$ 6,20, muitos investidores se perguntam se vale a pena dolarizar seus investimentos em 2025. A resposta não é simples e envolve uma análise cuidadosa do cenário econômico, das tendências de mercado e das estratégias de investimento. Em um ambiente onde a volatilidade do câmbio é uma constante, a diversificação internacional se torna uma ferramenta essencial para proteger e potencializar os retornos. Especialistas apontam que, embora a alta do dólar possa ser uma oportunidade, o foco deve estar na qualidade dos ativos em que se investe, e não apenas na moeda. A seguir, vamos explorar as razões pelas quais a dolarização pode ser uma estratégia vantajosa, além de discutir as melhores opções de investimento no exterior e como montar uma carteira que equilibre risco e retorno.
O impacto da alta do dólar nos investimentos
O ano de 2024 foi um exemplo claro de como a alta do dólar pode beneficiar os investidores que mantêm posições internacionais. Enquanto o dólar subiu 27%, o S&P 500 e o Nasdaq apresentaram ganhos de 24,9% e 25,6%, respectivamente. Em contrapartida, o Ibovespa sofreu uma queda de 10,4% e o Ifix caiu 6%. Esses números demonstram que, em um cenário de alta do dólar, os ativos internacionais podem oferecer retornos significativamente melhores do que os locais. Além disso, o índice BDRX, que representa recibos de ações internacionais, teve uma impressionante alta de 72,19%, reforçando a importância da diversificação em uma carteira de investimentos.
Para aqueles que investem em renda fixa, os resultados também foram positivos, com fundos de crédito high grade acumulando 12,28% de ganhos no ano. O CDI somou 10,82%, enquanto os títulos de inflação do governo com menos de cinco anos de prazo alcançaram um retorno de 6,16%. No entanto, mesmo esses retornos não superam os ativos internacionais quando se considera a valorização do dólar. A renda fixa global, por exemplo, subiu 33,36% considerando a moeda americana, enquanto os ganhos sem o câmbio foram de apenas 8,59%, semelhantes aos títulos locais.
Esses dados indicam que a dolarização dos investimentos pode ser uma estratégia vantajosa, especialmente em um cenário onde a economia brasileira enfrenta incertezas e volatilidade. A diversificação internacional não apenas protege o investidor contra os riscos locais, mas também oferece acesso a mercados mais estáveis e com potencial de crescimento. Portanto, para quem busca segurança e rentabilidade, considerar a dolarização pode ser uma decisão acertada.
A importância da diversificação internacional
Os especialistas concordam que a diversificação internacional é crucial para quem deseja proteger seu patrimônio e maximizar os retornos. Rodrigo Sgavioli, head de alocação da XP, destaca que o Brasil é um país arriscado, frequentemente sujeito a cenários turbulentos. Ter uma parte dos investimentos no exterior ajuda a garantir mais estabilidade e segurança. Historicamente, a Bolsa americana apresenta uma média anual de retorno superior a 11%, e o dólar, no médio prazo, tende a se valorizar em relação ao real.
Além disso, o mercado americano é o maior do mundo, com empresas que lideram as inovações tecnológicas. Isso contrasta com o Brasil, onde muitas empresas estão ligadas a setores mais tradicionais da economia. A dolarização, portanto, não deve ser vista apenas como uma proteção contra a inflação local, mas como uma estratégia para se beneficiar do crescimento de empresas que estão na vanguarda da tecnologia e inovação.
Um ponto importante a ser considerado é que o investimento internacional não deve ser atrelado à movimentação do dólar. Paula Zogbi, gerente de research da Nomad, enfatiza que o câmbio é uma das taxas mais imprevisíveis da economia, com alta volatilidade e sensibilidade a diversos fatores. Por isso, a recomendação é adotar uma estratégia de preço médio, comprando dólares aos poucos, mês a mês, para evitar ficar refém de uma cotação específica e minimizar o custo de oportunidade.
Essa abordagem permite que o investidor se concentre na qualidade dos ativos em que está investindo, em vez de se preocupar excessivamente com as flutuações do câmbio. O foco deve ser em ativos internacionais sólidos, que ofereçam potencial de valorização e dividendos, independentemente da cotação do dólar no momento da compra.
Estratégias de investimento para 2025
Com a incerteza política e econômica que caracteriza o cenário atual, muitos gestores de fundos e analistas acreditam que 2025 pode ser um ano de oportunidades, especialmente para os ativos que ficaram estagnados nos últimos anos. Setores como energia, indústrias, bancos e utilidades públicas estão entre os que podem se beneficiar de uma agenda de desregulamentação e protecionismo econômico. Além disso, as small caps do índice Russell 2000 também estão sendo observadas, embora exijam um perfil de investimento mais arrojado.
A tradicional carteira 60/40, que consiste em 60% em renda variável e 40% em renda fixa, é uma estratégia recomendada para quem busca um equilíbrio entre risco e retorno. Para investidores conservadores, a maior parte deve estar concentrada em renda fixa, enquanto os mais arrojados podem optar por uma maior exposição a ações. Essa diversificação é suficiente para garantir uma boa performance no longo prazo, considerando tanto ações quanto Treasuries.
Para a parte de renda variável, a exposição ao S&P 500 é altamente recomendada, assim como fundos temáticos que focam em setores como tecnologia e energia. Na renda fixa, a sugestão é investir em títulos de prazo mais curto do governo americano, como Treasuries indexadas a juros ou TIPS indexadas à inflação. O prazo médio recomendado para esses títulos é de até dois anos, com retornos esperados entre 4% a 6%.
Além disso, a alocação de 10% a 15% da carteira em ativos internacionais é uma prática recomendada para quem deseja se beneficiar da valorização do dólar e das oportunidades que o mercado global oferece.
Onde investir: ações, fundos e ETFs
O sentimento geral em relação ao mercado de ações dos Estados Unidos é de otimismo, embora muitos investidores prefiram manter a cautela até entender melhor o que esperar da gestão de Donald Trump em seu segundo mandato. Setores resilientes e alinhados às preferências do novo presidente são recomendados, assim como as big techs, que têm se mostrado uma posição fixa nos últimos anos.
Algumas das empresas que estão na mira dos investidores incluem:
- Microsoft (MSFT)
- Tesla (TSLA)
- Eli Lilly (LLY)
- JPMorgan (JPM)
- Caterpillar (CAT)
Além das ações de crescimento, as empresas que pagam dividendos também são uma boa opção, pois tendem a ser mais resilientes e apresentam menos volatilidade nas negociações. Algumas recomendações incluem:
- Exxon Mobil (XOM)
- BHP (BHP)
- Exelon (EXC)
- Pepsico (PEP)
- Vodafone (VOD)
Para quem prefere investir em fundos e ETFs, é essencial estar atento à estratégia do fundo, aos ativos que compõem a carteira e às taxas envolvidas. Algumas recomendações de fundos incluem:
Nome do Fundo | Classe |
---|---|
BGF Fixed Income Global Opportunities | Renda Fixa Geral |
JPM USD Standard Mny mkt VNAV A (acc.) | Renda Fixa Money Market |
iShares Core S&P 500 ETF (IVV) | Ações (S&P 500) |
Invesco S&P 500 Equal Weight ETF (RSP) | Ações (S&P 500) |
Vanguard Short-Term Treasury ETF (VGSH) | Treasuries |
Resumo
Em um cenário onde o dólar está cotado a R$ 6,20, a dolarização dos investimentos em 2025 pode ser uma estratégia vantajosa. A alta do dólar e o desempenho superior dos ativos internacionais em comparação aos locais reforçam a importância da diversificação internacional. Especialistas recomendam focar na qualidade dos ativos, adotar uma estratégia de preço médio para a compra de dólares e considerar uma alocação de 10% a 15% em ativos internacionais. A carteira 60/40 é uma abordagem equilibrada, e setores como energia e tecnologia apresentam boas oportunidades. Portanto, para quem busca segurança e rentabilidade, a dolarização pode ser uma decisão acertada.
FAQ A Conta é Nossa
Vale a pena dolarizar os investimentos em 2025?
Sim, considerando a alta do dólar e o desempenho superior dos ativos internacionais, a dolarização pode ser uma estratégia vantajosa para diversificar e proteger seu patrimônio.
Qual é a melhor estratégia para investir em dólares?
A melhor estratégia é adotar uma abordagem de preço médio, comprando dólares aos poucos, mês a mês, para minimizar o impacto da volatilidade do câmbio.
Quais setores são recomendados para investir em 2025?
Setores como energia, indústrias, bancos e tecnologia são recomendados, especialmente aqueles que estão alinhados com a agenda do novo governo e que apresentam potencial de crescimento.
O que é a carteira 60/40?
A carteira 60/40 é uma estratégia de investimento que consiste em alocar 60% em renda variável e 40% em renda fixa, proporcionando um equilíbrio entre risco e retorno.
Quais são os melhores fundos para investir no exterior?
Alguns dos melhores fundos incluem o BGF Fixed Income Global Opportunities e o iShares Core S&P 500 ETF, que oferecem exposição a renda fixa e ações do S&P 500, respectivamente.
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